09- Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale o segmento
que apresenta erro de pontuação.
a) A questão não é se a arte e seu autor devem participar
da discussão pública de seu tempo, comprometer-se
ou não com a “realidade”: impossível quase, evitar uma
coisa e outra.
b) A questão é como fazer isso. A ética da arte não está
no seu grau de compromisso com a realidade, com
a objetividade (recorde-se Nelson Rodrigues e sua
luta contra os “idiotas da objetividade” que o queriam
encurralar) ou com o coletivo. Também não está no
contrário disso.
c) A ética da arte (romance, cinema, teatro) não está
tampouco, como já se quis, na informação ou no
saber que propaga. A ética da arte depende de seu
compromisso com a existência, que é singular (não, com
a realidade, que é geral), e do jogo que arma com o que
há de desconhecido nessa existência.
d) Expor o desconhecido não signifi ca afi rmar ou divulgar
um saber - que na arte é quase sempre o já sabido. Em
arte, o saber gira, como máquina solteira, ao redor de
certezas e idéias feitas.
e) Já o jogo com o desconhecido, e sua eventual anulação
ou superação, faz-se na arte ao redor da incerteza e, na
arte contemporânea, da complexidade – quase nunca
isenta de perplexidade.
(Adaptado de Teixeira Coelho)
10- A seguir estão trechos de um relatório do Tribunal de Contas
da União. Para cada trecho é apresentada uma defi nição
textual do parágrafo e a qual pergunta responde ele. Assinale
a letra em que não há correspondência correta entre o trecho
e a defi nição e pergunta apresentadas.
a) O Ministério Público junto ao TCU ofereceu
Representação com intuito de que o Tribunal
determinasse a realização de auditoria de natureza
operacional acerca do cumprimento, pelo Estado, de
seu dever constitucional de defesa dos direitos humanos
referentes à vida, à integridade física e à liberdade no
exercício de atividades voltadas ao combate ao crime.
Como resultado, foi proposta a realização de três
auditorias, sendo uma delas no programa Assistência a
Vítimas e Testemunhas Ameaçadas.
Parágrafo de apresentação do resultado da Auditoria
realizada no Programa Assistência a Vítimas e
Testemunhas Ameaçadas. Responde à pergunta: O
que foi proposto pelo Ministério Público?
b) O Programa é um importante instrumento de combate
à impunidade no Brasil, dado o grande peso da prova
testemunhal em processos criminais. Além de seu
caráter protetor, o Programa também desempenha um
papel signifi cativo na promoção dos direitos humanos,
uma vez que seus benefi ciários contam com assistência
psicossocial para reinseri-los, de forma autônoma, em
um novo espaço social. O objetivo é oferecer-lhes as
condições possíveis e necessárias para a reconstrução
de suas vidas em uma nova cidade, propiciando-lhes os
meios para que se tornem, gradualmente, independentes
do Programa.
Parágrafo de descrição do Programa Assistência
a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas. Responde à
pergunta: O que é o Programa e qual seu objetivo?
c) O Programa está atualmente implantado em dezessete
estados. Na análise das questões de auditoria, além da
pesquisa documental, foi utilizada a pesquisa via e-mail
com equipes técnicas e coordenadores de ONGs
executoras em cinco estados (Ceará, Goiás, Maranhão,
Mato Grosso do Sul e Santa Catarina). Outra estratégia
empregada foi a visita de estudo a oito estados brasileiros
(Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Pará, Pernambuco,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo). Nas
visitas, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas
com Coordenadores das ONG executoras, integrantes
da equipe técnica, representantes do Ministério Público,
Secretaria Estadual e Judiciário no Conselho Deliberativo
e Presidentes de Comissões de Direitos Humanos das
Assembléias Legislativas.
Parágrafo de exposição da metodologia, ou de
parte dela, empregada na execução dos trabalhos
de auditoria. Responde à pergunta: Como se
desenvolveu o trabalho?
d) Os programas estaduais também se ressentem da
difi culdade de encaminhamento de casos que não
se encaixam no perfi l defi nido para o Programa e não
preenchem os pré-requisitos de admissão. Nessa
situação, deveria haver proteção especial da segurança
pública local para a pessoa que, não admitida ou
excluída do Programa pelos mais variados motivos
(não-preenchimento dos pré-requisitos, quebra de sigilo,
comportamento inadequado no programa), venha a
correr risco pessoal de vida. Todavia, para esses casos,
existe apenas o Serviço de Proteção ao Depoente
Especial – SPDE, operado pelo Departamento da Polícia
Federal, o qual não tem condições de atender a toda a
demanda.
Parágrafo que expõe uma limitação do Programa
Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas.
Responde à pergunta: O que o TCU encontrou?
e) Com exceção do que se verifi ca nos estados do AM e RS,
os programas estaduais não dispõem de equipe própria
de segurança. Para fornecer escolta a benefi ciários e
técnicos, em seus deslocamentos, o Programa depende
da designação pontual de policiais pela Secretaria de
Segurança Pública. Quando se constata que 37% dos
atuais acusados pertencem às forças policiais, é forçoso
considerar-se a possibilidade de envolvimento, nos
crimes investigados, de policiais designados para dar
proteção a testemunhas.
Parágrafo que relata a situação dos recursos
humanos que desempenham ações de segurança
junto a benefi ciários e técnicos do Programa.
Responde à pergunta: Quem desempenha as ações
de proteção do Programa?
(Extraído, com adaptações, de: Sumários Executivos. Nova Série.
Relator Auditor Lincoln Magalhães da Rocha. Brasília, Brasil, 2005,
Internet)
11- Indique a opção que pode anteceder o parágrafo transcrito
abaixo, sem ferir os princípios de coerência textual e
desenvolvimento lógico das idéias.
Muito contribuiu para afi rmações desse tipo a
divulgação da teoria de Cesare Lombroso (1835-1909),
criminalista italiano, que procurou correlacionar aparência
física com tendência para comportamentos criminosos.
Por mais absurda que nos possa parecer, a teoria de
Lombroso encontrou grande receptividade popular e, até
recentemente, era ministrada em alguns cursos de direito,
como verdade científi ca. Em nossos dias, o mau uso da
sociobiologia tem exercido o mesmo papel.
(Roque de Barros Laraia, Cultura – um conceito antropológico.)
a) O perigo da crença nas qualidades (positivas ou
negativas) adquiridas graças à transmissão genética
é que facilmente elas podem vir associadas a padrões
discriminatórios, sejam raciais, sejam sociais, na tentativa
de justifi car as diferenças sociais.
b) Os dados científi cos de que dispomos atualmente
não confi rmam a teoria segundo a qual as diferenças
genéticas hereditárias constituiriam um fator de
importância primordial entre as causas das diferenças
que se manifestam entre as culturas e as obras das
civilizações dos diversos povos ou grupos étnicos.
c) Os grupos humanos diferem uns dos outros pelos traços
psicologicamente inatos, quer se trate de inteligência,
quer de temperamento. O desenvolvimento das aptidões
mentais se explicam, antes de tudo, pelo aparato inato
de que vem dotado cada ser humano – apanágio do que
se designa por espécie humana.
d) As diferenças existentes entre os homens não podem
ser explicadas em termos das limitações que lhes são
impostas pelo seu aparato biológico ou pelo seu meio
ambiente. A grande qualidade da espécie humana foi
ter rompido com suas próprias limitações: um animal
frágil dominou toda a natureza e se transformou no mais
temível dos predadores.
e) Um jovem lobo, separado de seus semelhantes
no momento do nascimento, saberá uivar quando
necessário; saberá distinguir, entre muitos odores, o
cheiro de uma fêmea no cio e distinguir, entre numerosas
espécies animais, aquelas que lhe são amistosas
ou adversárias. Do mesmo modo, um cachorrinho
criado com uma ninhada de gatinhos nem mesmo
experimentará miar – latirá e rosnará a primeira vez que
lhe pisarem a pata.
12- Assinale a asserção falsa acerca da estruturação lingüística
e gramatical do texto abaixo.
Nem o “sim” nem o “não” venceram o referendo,
e quem confi ar no resultado aritmético das urnas
logo perceberá a força do seu engano. O vencedor
do referendo foi o Grande Medo. Esse Medo latente,
insidioso, que a todos nos faz tão temerosos da arma que
o alheio possa ter, quanto temerosos de não ter defesa
alguma na afl ição.
Se um lado ou outro aparenta vantagem na contagem
das urnas, não faz diferença. O que importa é extinguir o
Grande Medo. E nem um lado nem outro poderia fazê-lo.
Todos sabemos muito bem porquê.
(Jânio de Freitas, Folha de S. Paulo, 24/10/2005 – com adaptações.)
a) Para o texto não apresentar nenhuma incorreção de
ordem sintática, a concordância do sujeito composto
ligado por “nem... nem” (l. 10) deve ser feita com o
verbo no plural, tal como se fez na ocorrência do mesmo
sujeito composto, na primeira linha do texto.
b) Apesar de sua posição deslocada na frase, o advérbio
“logo” (l. 2) dispensa a colocação de vírgulas em virtude
de ser de pouca monta, de pouca proporção.
c) Um medo “latente, insidioso” (l. 4) é um medo não
manifesto, encoberto, enganador, traiçoeiro, pérfi do.
d) O trecho contido nas linhas de 5 a 7 admite a seguinte
reescritura, sem que se incorra em erro de linguagem:
“... que nos faz a todos não só temerosos da arma
que o outro possa ter, mas também temerosos de
fi carmos indefesos na angústia.”
e) A última palavra do texto merece reparo. Há duas
expressões que a substituiriam com a devida correção
gramatical: 1) por quê e 2) o porquê.
GABARITO
01 - B
02 - D
03 - E
04 - E
05 - D
06 - D
07 - C
08 - C
09 - A - ANULADA
10 - A
11 - C - ANULADA
12 - A
- Citação :
- TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Instituto Serzedello Corrêa
EDITAL N° 03/ACE-CE, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2006
CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DE ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO -
ACE
O Diretor-Geral do Instituto Serzedello Corrêa do Tribunal de Contas da União, em cumprimento ao
disposto no subitem 9.4 do Edital Nº 01/ACE-CE, de 21 de novembro de 2005, publicado no DOU de 23/11/2005, e em
acolhimento aos pronunciamentos da Banca Examinadora emitidos em razão dos recursos apresentados quanto às
questões das provas objetivas do concurso público para o cargo de Analista de Controle Externo - Área Controle
Externo, aplicadas nos dias 21 e 22/01/2006, torna públicas as seguintes decisões:
I - ANULAR as questões abaixo relacionadas e atribuir os pontos a elas correspondentes a todos os candidatos
presentes às provas, independentemente de terem ou não os mesmos recorrido:
a) Na Prova Objetiva 1 - em todos os gabaritos: as questões nºs 09 e 11 da disciplina Língua Portuguesa; nº 17
da disciplina Direito Constitucional; nº 24 da disciplina Direito Administrativo e nºs 43 e 44 da disciplina Direito
Processual Civil;
b) Na Prova Objetiva 2 - em todos os gabaritos: a questão nº 06 da disciplina Administração Financeira e
Orçamentária; nºs 16 e 17, da disciplina Contabilidade e Auditoria e nº 40 da disciplina Controle Externo da Gestão
Pública;
II - ALTERAR as respostas das questões a seguir indicadas, em seus respectivos gabaritos:
a) Na Prova Objetiva 1: na questão nº 25, da disciplina Direito Administrativo, da letra E para a letra C (Gab.
1); da letra C para a letra E (Gab. 2); da letra A para a letra C (Gab. 3); da letra D para a letra C (Gab. 4);
b) Na Prova Objetiva 2: na questão nº 24, da disciplina Contabilidade e Auditoria, da letra B para a letra E
(Gab. 1); da letra D para a letra B (Gab. 2); da letra A para a letra B (Gab. 3); da letra E para a letra B (Gab. 4);
...