| | Analista Legislativo (câmara) - 2007 | |
| | Autor | Mensagem |
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oculto classe C
Número de Mensagens : 369 Data de inscrição : 05/01/2008
| Assunto: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Qui 16 Out 2008, 10:31 | |
| Analista Legislativo (câmara federal) – Bibliotecário - 2007
FCC – Fundação Carlos Chagas
Boa sorte!!!! | |
| | | oculto classe C
Número de Mensagens : 369 Data de inscrição : 05/01/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Qui 16 Out 2008, 10:32 | |
| PROVA 1 − OBJETIVA − 1a Parte
LÍNGUA PORTUGUESA
Atenção: As questões de números 1 a 10 baseiam-se no texto a seguir.
Por “imaginário” entendemos um conjunto de imagens visuais e verbais gerado por uma sociedade (ou parcela desta) na sua relação consigo mesma, com outros grupos humanos e com o universo em geral. Todo imaginário é, portanto, coletivo, não podendo ser confundido com imaginação, atividade psíquica individual. Tampouco se pode reduzir o imaginário à somatória de imaginações. Obviamente estas também se manifestam em quadros históricos, pois, mesmo ao imaginar, cada indivíduo não deixa de ser membro de uma sociedade e de seus valores objetivos e subjetivos. Porém, por englobar o denominador comum das imaginações, o imaginário as supera, interfere nos mecanismos da realidade palpável (política, econômica, social, cultural) que alimenta a própria imaginação.
Mais precisamente, o imaginário faz a intermediação entre a realidade psíquica profunda da sociedade (aquilo que os historiadores às vezes chamam de mentalidade) e a realidade material externa. Desta, o imaginário leva para a primeira os elementos que na longa duração histórica podem transformá-la; daquela, leva para a segunda as formas possíveis de leitura da sociedade sobre ela mesma. Neste trânsito circular, os instintos, os sentimentos, as sensações, traduzidos culturalmente, adaptam-se à realidade objetiva, e assim formulados são reprocessados pela realidade psíquica. Resultante do entrecruzamento de um ritmo histórico muito lento (mentalidade), com outro bem mais ágil (cultura), o imaginário estabelece pontes entre tempos diferentes. A modalidade do imaginário que foca sua atenção em um passado indefinido para explicar o presente é o que chamamos mito. Aquela que projeta no futuro as experiências históricas do grupo – concretas e idealizadas, passadas e presentes – é ideologia. A terceira modalidade, que parte do presente na tentativa de antecipar ou preparar um futuro, que é recuperação de um passado idealizado, é utopia.
Naturalmente os limites entre essas formas de imaginário são movediços. Tais formas jamais existiriam historicamente em estado puro, e com freqüência cada uma delas acaba por assumir as funções das outras. Diante disso, muitas vezes é preferível utilizar a denominação genérica – imaginário – às particulares (mito, ideologia, utopia), que encobrem recortes conceituais problemáticos. O importante é que toda sociedade é, ao mesmo tempo, produtora e produto de seus imaginários. Logo, a verdadeira história, aquela que considera o homem na sua complexidade e totalidade, encontra-se na articulação entre a realidade vivida externamente e a realidade vivida oniricamente. (...)
(FRANCO JÚNIOR, Hilário. Cocanha. A história de um país imaginário. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 16-17). | |
| | | oculto classe C
Número de Mensagens : 369 Data de inscrição : 05/01/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Qui 16 Out 2008, 10:33 | |
| 1. No fragmento citado, Franco Júnior
(A) alude à transformação das noções de mito, ideologia e utopia, destacando o paulatino processo de baralhamento por que elas passam no campo dos estudos históricos.
(B) aponta os movimentos relevantes no processo de emergência do conceito contemporâneo de imaginário, realçando sua especificidade em face de conceitos mais genéricos.
(C) concebe as questões terminológicas como secundárias em sua área de estudos, pois os conceitos com que nela se opera são movediços e impedem qualquer tentativa de especificação vocabular.
(D) estabelece fronteiras e intersecções entre palavras do vocabulário corrente, deslocando-as para um específico quadro de reflexões — o da história.
(E) propõe que sempre se observem as divergências assinaladas pelos termos mito, ideologia e utopia, a fim de preservar o rigor com que a história deve abordar a complexidade do homem.
2. De acordo com o texto,
(A) as atividades psíquicas individuais estão desvinculadas do imaginário, na medida em que elas são o lugar de plena independência do sujeito, o autônomo domínio de vivências oníricas pessoais.
(B) a realidade palpável, em suas diferentes manifestações, existe apenas em função do processo de interferência recíproca que se verifica entre imaginário e imaginação.
(C) a realidade externa ao indivíduo é combustível das atividades psíquicas, e estas, por sua vez, colaboram para a conformação dos conjuntos de imagens compartilhados pelos diferentes grupos.
(D) o termo imaginário é impreciso, pois não permite estabelecer hierarquias entre a realidade por ele nomeada e os outros modos de ordenação onírica do mundo, como aquele que recebe o rótulo de mito.
(E) a verdadeira história leva em conta, mais do que os fatos objetivos, livres da interferência do imaginário, a dimensão dos sonhos individuais e coletivos que constituem a essência do ser humano.
3. No segundo parágrafo, o autor
(A) defende que o imaginário, ao coordenar durações históricas longas e breves, costura, na dimensão onírica, cronologias que, na realidade palpável, seriam independentes.
(B) retifica as informações contidas na abertura do texto, pois se dá conta da inadequação de tudo o que afirmou até ali.
(C) estabelece uma tipologia para a realidade, ao cindi-la em universo psicológico interior e condições físicas de existência do indivíduo.
(D) propõe que instintos, sentimentos e sensações sejam manifestações culturais, isto é, ocorrências adaptáveis à realidade psíquica e não à objetiva.
(E) afirma que o trânsito entre a mente humana e a realidade, propiciado pelo imaginário, impede que se distingam as características de uma e outra.
4. Considerado o contexto, afirma-se corretamente que
(A) a preposição por (linhas 1 e 2) equivale, nas duas ocorrências consideradas, a “como”.
(B) as expressões às vezes (linha 18 ) e muitas vezes (linha 41), embora semelhantes, traduzem noções distintas, correspondendo, respectivamente, a “quase sempre” e “recorrentemente”.
(C) Tampouco (linha 7) introduz informação que reforça a conclusão anteriormente apresentada, e pode, por isso, ser substituído, sem prejuízo do sentido original, por “Nem mesmo”.
(D) a estrutura comparativa bem mais ágil (linhas 27 e 28 ), por conter advérbio de intensidade, anula a característica anteriormente atribuída ao ritmo histórico da mentalidade (muito lento).
(E) a forma pronominal la (linha 21) faz, inequivocamente, referência à expressão realidade material externa (linha 19).
5. Acerca dos recursos de pontuação empregados no texto, está correto o que se afirma em:
(A) O uso de aspas (linha 1) indica que foi feita uma escolha lexical imprecisa, atenuada, em seguida, por meio de uma contextualização do uso.
(B) Na linha 21, substituindo-se o ponto-e-vírgula por ponto, a correção e a clareza do período ficariam comprometidas.
(C) Na linha 23, a vírgula que separa sentimentos de as poderia ser substituída por “e”, mantendo a mesma idéia de que a lista não termina no último termo apresentado.
(D) Em A modalidade do imaginário que foca sua atenção... (linhas 29 e 30), o sentido original estaria preservado se fosse acrescentada vírgula entre as palavras destacadas.
(E) Nas linhas 27 e 28, os parênteses contêm sínteses das expressões anteriores, assim como os travessões no trecho: a denominação genérica – imaginário – às... (linhas 41 e 42)
Última edição por oculto em Qui 16 Out 2008, 10:37, editado 1 vez(es) | |
| | | oculto classe C
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| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Qui 16 Out 2008, 10:34 | |
| 6. Considerado o contexto, afirma-se corretamente que
(A) o advérbio assim (linha 25) equivale, em função e sentido, à expressão “uma vez”.
(B) o segmento O importante é que (linha 44) privilegia, em relação a outras possíveis, a afirmação que introduz.
(C) o segmento faz a intermediação (linha 16) pode ser substituído por esta forma: “intermedia”.
(D) o advérbio Naturalmente (linha 37) tem o sentido de “de modo natural”, "de acordo com a natureza”.
(E) a forma verbal destacada em que considera o homem na sua complexidade e totalidade (linha 46 e 47), vertida a frase para a voz passiva, corresponderá a “são consideradas”.
7. Atentando-se ao contexto, é correto o que se afirma em:
(A) Em que é recuperação... (linha 35), o pronome relativo tem referência ambígua, podendo reportar-se a A terceira modalidade (linhas 33 e 34) ou a um futuro (linha 35).
(B) O segmento não podendo (linha 5) equivale a “pois não pode”, já que o gerúndio expressa a razão do impedimento relatado.
(C) O fragmento traduzidos culturalmente (linha 24) exprime noção de causa e, por isso, pode ser expandido assim: “por serem traduzidos culturalmente”.
(D) O segmento Resultante do entrecruzamento (linha 26) é compreendido corretamente como “ao resultar do entrecruzamento”.
(E) Em concretas e idealizadas, passadas e presentes (linhas 32 e 33), os segmentos separados por vírgula funcionam como alternativas excludentes.
8. Quanto às relações semânticas estabelecidas no texto, é correto afirmar que
(A) a palavra “artísticas” pode substituir, como síntese perfeitamente adequada, os adjetivos do segmento imagens visuais e verbais (linha 2).
(B) o segmento valores objetivos e subjetivos (linha 11) foi empregado com o mesmo sentido manifesto pelo fragmento realidade psíquica profunda da sociedade (linha 17).
(C) as expressões somatória de imaginações (linhas 7 e 8 ) e denominador comum das imaginações (linha 12), tal como no uso corrente da língua portuguesa, têm igual sentido.
(D) há um conjunto de palavras e expressões (faz intermediação, leva, trânsito, entrecruzamento, estabelece pontes) que reforça a idéia de que o imaginário perpassa por diferentes esferas da vivência humana.
(E) limites... movediços (linhas 37 e 38 ) e recortes conceituais problemáticos (linha 43) são expressões que se opõem.
9. A norma culta da Língua Portuguesa está plenamente respeitada em:
(A) Ao divulgar os resultados, eles cometeram um grande deslise: deixaram de dar os créditos e agradecerem aos historiadores que acessoraram na busca dos dados contextuais da pesquisa.
(B) A idéia de diferençar ideologia de utopia, estabelecendo que uma e outra promovem conjunções específicas das instâncias temporais, é o principal mérito do texto.
(C) Visto as circunstâncias em que os termos devem ser compreendidos, precavejam-se empregando o mais abrangente.
(D) Muitos não interviram na discussão por acreditar que dela não se tiraria resultados proveitosos para a atuação prática na área de historiografia.
(E) Aquelas discussões filosóficas nos entreteram por horas a fio, ainda que não tivessem haver com nossas pesquisas específicas.
10. O texto está clara e corretamente redigido em:
(A) O imaginário é inseparável do homem e lhe segue em todos os seus atos; é o instrumento graças o qual o indivíduo modela o seu pensamento, seus sentimentos, emoções, esforços e vontades, o instrumento onde ele influencia e é influenciado, a base última e mais profunda da sociedade.
(B) Antes de o primeiro despertar de nossa conciência, o imaginário já ressoava, a volta de nós, pronto para envolver os primeiros germes frágeis de nosso pensamento e a nos acompanhar inseparavelmente através do nosso existir. Ele está conosco desde às mais humildes ocupações da vida cotidiana até aos momentos mais sublimes.
(C) Sem dúvida, acredita-se, quando trata-se da técnica interna de comparação de imaginários, estar lidando-se com o mesmo, mas isso é ilusão. Não é o próprio imaginário, mas seus disiecta membra, as imaginações, que impedem apreender a totalidade transcendental que é o primeiro.
(D) O imaginário não poderia ser descrito como simples sistema de imagens, posto que a finalidade que o atribuímos, por suposição, faz dele, antes de mais nada, um sistema de representação, que diferencia, conforme a estrutura interna, dos demais.
(E) Percebe-se que o imaginário deve ser analisado de um modo particular em cada uma das comunidades consideradas, o que só se pode compreender da seguinte forma: ele é ordenado, articulado, formado de modos diferentes segundo as diferenças culturais.
Última edição por oculto em Qui 16 Out 2008, 10:40, editado 1 vez(es) | |
| | | oculto classe C
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| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Qui 16 Out 2008, 10:34 | |
| Atenção: As questões de números 11 a 15 referem-se ao texto a seguir.
O grave problema representado pelas crianças abandonadas remonta à Antiguidade, estendendo-se por toda a Idade Média, conforme estuda John Boswell em The Kindness of Strangers. Mas foi na Época Moderna que a preocupação com a infância abandonada mostrou-se mais candente, a partir do momento em que a pobreza se tornou onerosa para o Estado e a idéia de que o aumento populacional embasava a riqueza das nações tomou contornos definidos. Em Portugal, a legislação deixava às Câmaras a tarefa de passar o encargo da criação dos enjeitados para as Santas Casas de Misericórdia, procedimento que, como bem viu Charles Boxer, vigorou em todo o Império Luso, constituindo-se em um dos seus pilares. Em Salvador e no Rio de Janeiro os mecanismos de recolhimento de expostos já estariam delineados na primeira metade do século XVIII, atestando, segundo Laima Mesgravis, a importância urbana de tais centros. Mas, justamente em Minas, no século XVIII a capitania mais urbanizada da colônia, a situação permaneceu confusa. Há indícios de que as irmandades tomaram para si a tarefa de cuidar das crianças expostas, conforme consta, por exemplo, do Estatuto da Irmandade de Santa Ana, Vila Rica, criada em 1730 e preocupada, em seu artigo 2º. , em fundar, tão logo seus recursos o permitissem, “uma casa de expostos e asilo de menores desvalidos”. Na prática, entretanto, as evidências pendem mais para que se credite ao nobre Senado da Câmara a função de pôr e dispor da vida das crianças abandonadas. Em sua célebre Memória Histórica da Capitania de Minas Gerais (...), José Joaquim da Rocha incluía a criação dos enjeitados entre as despesas de pelo menos três Câmaras Municipais: as de Vila Nova da Rainha (Caeté), Vila do Príncipe e São João del-Rei. O fato de omitir tal encargo quando tratou das demais vilas deve antes ser atribuído a descuido do que à ausência dos demais Senados na criação dos bebês abandonados.
(MELLO E SOUZA, Laura de. Norma e conflito. Aspectos da história de Minas no século XVIII. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2006, p. 64.)
11. É correto afirmar que o texto
(A) apresenta argumentos favoráveis a que a questão da infância seja acolhida por setores diversos da sociedade, dada a sua relevância social, humanitária e econômica. A menção a uma certa crença moderna e ao fato de religiosas terem primeiramente assumido a tarefa de cuidar dos enjeitados em Minas serve para enfatizar que o tema diz respeito a toda a sociedade e não apenas aos políticos.
(B) disserta sobre a relevância do tema das crianças enjeitadas, desde a Antiguidade até o século XVIII, apontando o paulatino refinamento por que passou o seu tratamento nesse período, na Europa e no Brasil. O recurso a datas e períodos específicos tem, fundamentalmente, função de explicitar os marcos desse processo.
(C) apresenta breve histórico do tratamento da questão da infância abandonada, partindo de constatações mais gerais e desembocando no caso de uma região específica. Nesse percurso, reúnem-se citações e argumentos de autoridades intelectuais que conferem maior credibilidade ao relato empreendido.
(D) estabelece os limites entre a ação governamental e a das organizações civis (como as ordens religiosas) no processo de acolhimento de crianças expostas, pondo em relevo que apenas recentemente os governos passaram a tomar para si essa responsabilidade. O caso das vilas mineiras serve de exemplo da histórica displicência dos políticos.
(E) defende que, embora reconhecidamente grave, o persistente problema dos meninos e meninas abandonados esteja longe de encontrar solução. Ratificam essa tese os dados que remetem a um longo e ininterrupto histórico de práticas de abandono no mundo e também nas regiões mais desenvolvidas do Brasil no século XVIII.
12. A frase que contém conclusão autorizada pelo texto é:
(A) Segundo um raciocínio característico da Idade Moderna, abandonar crianças era colocar suas vidas em risco e, portanto, comprometer potencialmente a prosperidade da nação em que se dava tal prática.
(B) As preocupações exacerbadas com a infância abandonada têm seu ápice entre a Antiguidade e a Idade Média, e, a partir daí, são arrefecidas pela inserção de variantes econômicas no debate.
(C) O Império Português, ao encarregar as Santas Casas de Misericórdia da criação dos enjeitados, atestava seu desejo de se abster de qualquer interferência política no gerenciamento desse problema.
(D) Em certas revisões históricas, Salvador e Rio de Janeiro puderam ser tomados como centros urbanos importantes do século XVIII em função do número de expostos que neles eram recolhidos.
(E) A obra de José Joaquim da Rocha tem valor discutível, já que explicita evidente desleixo desse autor quanto ao esclarecimento do papel dos governantes na administração de um grave problema social existente no século XVIII.
13. Considerados o contexto e o sentido originais, contém fragmento do texto corretamente compreendido:
(A) O grave problema representado pelas crianças abandonadas remonta à Antigüidade (linhas 1 e 2) = a austera dificuldade exemplificada pelas crianças deixadas à própria sorte remete-nos à Idade Antiga
(B) os mecanismos de recolhimento de expostos já estariam delineados (linhas 14 e 15) = as técnicas de reclusão dos expostos já estariam delimitadas
(C) a importância urbana de tais centros (linha 17) = a relevância cosmopolita daquelas localidades
(D) tão logo seus recursos o permitissem (linha 24) = quando seus proventos o autorizassem
(E) como bem viu Charles Boxer (linha 12) = como acertadamente observou Charles Boxer
14. Na prática, entretanto, as evidências pendem mais para que se credite ao nobre Senado da Câmara a função de pôr e dispor da vida das crianças abandonadas. O fragmento acima está clara e corretamente reescrito em:
(A) Mas a prerrogativa de fazer viver ou morrer as crianças expostas cabia ao venerando Senado da Câmara, cuja função precípua se fazia patente no que tange a esta pendência.
(B) Na prática, contudo, as provas parecem sugerir que a função de arbitrar sobre a vida das crianças desamparadas deva ser atribuída ao nobre Senado da Câmara.
(C) No entanto, pragmaticamente, as provas imputam ao digno Senado da Câmara a função de manipular, em todos os detalhes, os pequenos desvalidos.
(D) No que diz respeito à aplicação, todavia, as evidências estavam penduradas sobre os ombros dos magnânimos senadores, em relação a pôr e dispor na vida das desarrimadas crianças.
(E) A vida das crianças rejeitadas estava, porém, praticamente inclinando-se para a evidência de que estava creditado ao colendo Senado da Câmara o poder de administrá-la.
15. A frase está redigida com clareza e correção em:
(A) A criação das rodas de expostos não eximiria as câmaras das despezas com aquelas crianças. Se na Lisboa dos felipes, a municipalidade auxiliava a Santa Casa com 689$360 réis anuais, tal prática, persistiria, quase século e meio depois já que em 1778 D. Maria I ordenara ao Senado do Rio de Janeiro que assistisse à Misericórdia local com 800$000 réis.
(B) Em Minas, aonde as Misericórdias surgiram muito tarde, e aonde não houve roda de expostos durante o século XVIII, na criação de enjeitados preferiuse atribuir responsabilidade totalmente às Câmaras Municipais do que às irmandades religiosas existentes, acarretando às vezes, atitudes ambíguas e contraditórias.
(C) A maior parte da bibliografia têm insistido nas modestas dimensões da exposição de crianças no Brasil colonial e mesmo no período do Império. Aceveram que, entre nós caracterizou a natalidade, sobretudo as “elevadas taxas de ilegitimidade, presentes em praticamente todas as áreas e todos os tempos”.
(D) A desordem era perigosa ao governo dos povos, inda mais a milhas de distância do centro de poder. Nas Minas Gerais, ela era também um entrave à tributação, e Portugal logo percebeu a necessidade de enquadrar a capitania a fim de que o ouro fluísse melhor para os cofres do rei.
(E) Os indices europeus de abandono de crianças revelam uma sociedade muito mais refratária aos nascimentos ilegítimos, enquanto que entre nós é verificado taxas que sugerem maior capacidade de absolver tais nascimentos às estruturas familiares tradicionais ou, o que talvez seja ainda mais relevante, a banalidade da bastardia, dado a alta ocorrência de relações consensuais. | |
| | | oculto classe C
Número de Mensagens : 369 Data de inscrição : 05/01/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Qui 16 Out 2008, 10:35 | |
| GABARITO
001 - D 002 - C 003 - A 004 - C 005 - E
006 - B 007 - A 008 - D 009 - B 010 - E
011 - C 012 - A 013 - E 014 - B 015 - D | |
| | | oculto classe C
Número de Mensagens : 369 Data de inscrição : 05/01/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Sáb 25 Out 2008, 12:32 | |
| - Citação :
2. De acordo com o texto,
(A) as atividades psíquicas individuais estão desvinculadas do imaginário, na medida em que elas são o lugar de plena independência do sujeito, o autônomo domínio de vivências oníricas pessoais.
(B) a realidade palpável, em suas diferentes manifestações, existe apenas em função do processo de interferência recíproca que se verifica entre imaginário e imaginação.
(C) a realidade externa ao indivíduo é combustível das atividades psíquicas, e estas, por sua vez, colaboram para a conformação dos conjuntos de imagens compartilhados pelos diferentes grupos.
(D) o termo imaginário é impreciso, pois não permite estabelecer hierarquias entre a realidade por ele nomeada e os outros modos de ordenação onírica do mundo, como aquele que recebe o rótulo de mito.
(E) a verdadeira história leva em conta, mais do que os fatos objetivos, livres da interferência do imaginário, a dimensão dos sonhos individuais e coletivos que constituem a essência do ser humano.
Gabarito letra C. No primeiro parágrafo, o texto fala: "Todo imaginário é, portanto, coletivo, não podendo ser confundido com imaginação, atividade psíquica individual." Isso é bem parecido com o que fala a letra A (as atividades psíquicas individuais estão desvinculadas do imaginário..). Porque a letra A está errada? - Citação :
3. No segundo parágrafo, o autor
(A) defende que o imaginário, ao coordenar durações históricas longas e breves, costura, na dimensão onírica, cronologias que, na realidade palpável, seriam independentes.
(B) retifica as informações contidas na abertura do texto, pois se dá conta da inadequação de tudo o que afirmou até ali.
(C) estabelece uma tipologia para a realidade, ao cindi-la em universo psicológico interior e condições físicas de existência do indivíduo.
(D) propõe que instintos, sentimentos e sensações sejam manifestações culturais, isto é, ocorrências adaptáveis à realidade psíquica e não à objetiva.
(E) afirma que o trânsito entre a mente humana e a realidade, propiciado pelo imaginário, impede que se distingam as características de uma e outra.
Gabarito letra A. Em que parte do segundo parágrafo está fundamentada esta letra A? Alguém sabe? Achei confusa esta questão. | |
| | | oculto classe C
Número de Mensagens : 369 Data de inscrição : 05/01/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Sáb 25 Out 2008, 13:32 | |
| - Citação :
5. Acerca dos recursos de pontuação empregados no texto, está correto o que se afirma em:
(A) O uso de aspas (linha 1) indica que foi feita uma escolha lexical imprecisa, atenuada, em seguida, por meio de uma contextualização do uso.
(B) Na linha 21, substituindo-se o ponto-e-vírgula por ponto, a correção e a clareza do período ficariam comprometidas.
(C) Na linha 23, a vírgula que separa sentimentos de as poderia ser substituída por “e”, mantendo a mesma idéia de que a lista não termina no último termo apresentado.
(D) Em A modalidade do imaginário que foca sua atenção... (linhas 29 e 30), o sentido original estaria preservado se fosse acrescentada vírgula entre as palavras destacadas.
(E) Nas linhas 27 e 28, os parênteses contêm sínteses das expressões anteriores, assim como os travessões no trecho: a denominação genérica – imaginário – às... (linhas 41 e 42) Gabarito letra E. Caramba!! errei esta também. Na letra A, o que significam as aspas afinal de contas? alguém sabe? | |
| | | xlaine moderador
Número de Mensagens : 229 Data de inscrição : 28/02/2008
| Assunto: TENTANDO RESPONDER Seg 24 Nov 2008, 19:55 | |
| - oculto escreveu:
-
- Citação :
5. Acerca dos recursos de pontuação empregados no texto, está correto o que se afirma em:
(A) O uso de aspas (linha 1) indica que foi feita uma escolha lexical imprecisa, atenuada, em seguida, por meio de uma contextualização do uso.
(B) Na linha 21, substituindo-se o ponto-e-vírgula por ponto, a correção e a clareza do período ficariam comprometidas.
(C) Na linha 23, a vírgula que separa sentimentos de as poderia ser substituída por “e”, mantendo a mesma idéia de que a lista não termina no último termo apresentado.
(D) Em A modalidade do imaginário que foca sua atenção... (linhas 29 e 30), o sentido original estaria preservado se fosse acrescentada vírgula entre as palavras destacadas.
(E) Nas linhas 27 e 28, os parênteses contêm sínteses das expressões anteriores, assim como os travessões no trecho: a denominação genérica – imaginário – às... (linhas 41 e 42) Gabarito letra E.
Caramba!! errei esta também.
Na letra A, o que significam as aspas afinal de contas? alguém sabe? Oculto, Se a letra A se refere ao trecho: Há indícios de que as irmandades tomaram para si a tarefa de cuidar das crianças expostas, conforme consta, por exemplo, do Estatuto da Irmandade de Santa Ana, Vila Rica, criada em 1730 e preocupada, em seu artigo 2º. , em fundar, tão logo seus recursos o permitissem, “uma casa de expostos e asilo de menores desvalidos”.As aspas são p demonstrar a citação de um trecho ... na alternativa A menciona como se tivessem utilizado aspas para dar um sentido forçado ao texto... | |
| | | oculto classe C
Número de Mensagens : 369 Data de inscrição : 05/01/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Sex 28 Nov 2008, 07:10 | |
| citação de um trecho?
vixi...agora que você mencionou isso, parece óbvio.
Obrigado pelo esclarecimento. | |
| | | andreapinho moderador
Número de Mensagens : 23 Data de inscrição : 19/03/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Dom 30 Nov 2008, 17:20 | |
| Oculto,devo dizer que não fiz 50%(achei meio dificil!) Essa explicação de xlaine eu não entendi.Usou o texto 2 pra justificar o 1?Me explica melhor. Outra coisa:fazendo a questão 6 pra mim a letra E esta errada pois só as frases substantivas vão pra voz passiva(é isso mesmo?)
Tinha que pedir pra ffgaio fazer essa prova,ela sabe muito português!!! | |
| | | oculto classe C
Número de Mensagens : 369 Data de inscrição : 05/01/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Qua 03 Dez 2008, 09:40 | |
| Essa prova eu também achei difícil. Eu vou ter que refazer a prova para entender as dúvidas. Fiquei confuso. - andreapinho escreveu:
- Oculto,devo dizer que não fiz 50%(achei meio dificil!)
Essa explicação de xlaine eu não entendi.Usou o texto 2 pra justificar o 1?Me explica melhor. Outra coisa:fazendo a questão 6 pra mim a letra E esta errada pois só as frases substantivas vão pra voz passiva(é isso mesmo?)
Tinha que pedir pra ffgaio fazer essa prova,ela sabe muito português!!! | |
| | | xlaine moderador
Número de Mensagens : 229 Data de inscrição : 28/02/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Seg 08 Dez 2008, 12:37 | |
| - andreapinho escreveu:
- Oculto,devo dizer que não fiz 50%(achei meio dificil!)
Essa explicação de xlaine eu não entendi.Usou o texto 2 pra justificar o 1?Me explica melhor. Outra coisa:fazendo a questão 6 pra mim a letra E esta errada pois só as frases substantivas vão pra voz passiva(é isso mesmo?)
Tinha que pedir pra ffgaio fazer essa prova,ela sabe muito português!!! Pinho, É o seguinte, o parágrafo cita um artigo ou coisa parecida, o trecho entre aspas, cita um trecho desse artigo mencionado, como está ipsis litris, veio entre aspas, denotando que é uma citação, não palavras do autor do texto. Tudo bem? Angeline | |
| | | xlaine moderador
Número de Mensagens : 229 Data de inscrição : 28/02/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Seg 08 Dez 2008, 12:39 | |
| VOU TENTAR FAZER ESSA PROVA QUALQUER HORA E DAÍ TENTAREI AJUDA, MAS SUGIRO QUE A GAIO VENHA NOS SOCORRER! | |
| | | oculto classe C
Número de Mensagens : 369 Data de inscrição : 05/01/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Seg 08 Dez 2008, 12:53 | |
| - andreapinho escreveu:
- Oculto,devo dizer que não fiz 50%(achei meio dificil!)
Essa explicação de xlaine eu não entendi.Usou o texto 2 pra justificar o 1?Me explica melhor. Outra coisa:fazendo a questão 6 pra mim a letra E esta errada pois só as frases substantivas vão pra voz passiva(é isso mesmo?)
Tinha que pedir pra ffgaio fazer essa prova,ela sabe muito português!!! Eu refiz a prova e a achei tão difícil quanto da primeira vez. Putz... Andreapinho, você está certa. Na questão 5, eu e a xlaine usamos o texto 2 enquanto a questão era do texto 1. No resumo da ópera eu continuo na dúvida nesta questão 5. Eu vou colar a questão aqui embaixo de novo para ficar mais fácil de entender. Referente ao seu comentário sobre a questão 6, as frases que vão para a voz passiva são somente aquelas que possuem verbo transitivo direto. Essa é a teoria. Eu errei essa questão 6. (o gabarito desta questão é letra B). | |
| | | oculto classe C
Número de Mensagens : 369 Data de inscrição : 05/01/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Seg 08 Dez 2008, 13:08 | |
| A questão 5 é esta aqui. - oculto escreveu:
-
- Citação :
5. Acerca dos recursos de pontuação empregados no texto, está correto o que se afirma em:
(A) O uso de aspas (linha 1) indica que foi feita uma escolha lexical imprecisa, atenuada, em seguida, por meio de uma contextualização do uso.
(B) Na linha 21, substituindo-se o ponto-e-vírgula por ponto, a correção e a clareza do período ficariam comprometidas.
(C) Na linha 23, a vírgula que separa sentimentos de as poderia ser substituída por “e”, mantendo a mesma idéia de que a lista não termina no último termo apresentado.
(D) Em A modalidade do imaginário que foca sua atenção... (linhas 29 e 30), o sentido original estaria preservado se fosse acrescentada vírgula entre as palavras destacadas.
(E) Nas linhas 27 e 28, os parênteses contêm sínteses das expressões anteriores, assim como os travessões no trecho: a denominação genérica – imaginário – às... (linhas 41 e 42) Gabarito letra E.
Caramba!! errei esta também.
Na letra A, o que significam as aspas afinal de contas? alguém sabe? Quando eu refiz esta questão eu tive a impressão que ele usou aspas porque ele estava definindo a palavra imaginário com um significado diferente do usual. No texto ele fala o seguinte: >> Por “imaginário” entendemos um conjunto de imagens visuais e verbais gerado por uma sociedade (ou parcela desta) na sua relação consigo mesma, com outros grupos humanos e com o universo em geral. << No dicionário que tenho aqui, a palavra imagináirio está definida como: >> imaginário - que existe somente na imaginação; ilusório. << Realmente não sei se é isso. Outra coisa terrível que eu achei nesta questão é o gabarito (letra E). Não consegui ver que a frase " resultante do entrecruzamento de um ritmo histórico muito lento" pode ter como síntese a palavra " mentalidade". Putz....quem disse que interpretação não pega? ...hehehe... | |
| | | xlaine moderador
Número de Mensagens : 229 Data de inscrição : 28/02/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Sex 12 Dez 2008, 07:54 | |
| Oculto, Tenho encontrado dificuldades em encontrar os textos, a coisa vai se extendendo e acabo me perdendo. Por Fvr, poderia postar aqui o texto novamente? | |
| | | xlaine moderador
Número de Mensagens : 229 Data de inscrição : 28/02/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Sex 12 Dez 2008, 07:55 | |
| PROVA 1 − OBJETIVA − 1a Parte
LÍNGUA PORTUGUESA
Atenção: As questões de números 1 a 10 baseiam-se no texto a seguir.
Por “imaginário” entendemos um conjunto de imagens visuais e verbais gerado por uma sociedade (ou parcela desta) na sua relação consigo mesma, com outros grupos humanos e com o universo em geral. Todo imaginário é, portanto, coletivo, não podendo ser confundido com imaginação, atividade psíquica individual. Tampouco se pode reduzir o imaginário à somatória de imaginações. Obviamente estas também se manifestam em quadros históricos, pois, mesmo ao imaginar, cada indivíduo não deixa de ser membro de uma sociedade e de seus valores objetivos e subjetivos. Porém, por englobar o denominador comum das imaginações, o imaginário as supera, interfere nos mecanismos da realidade palpável (política, econômica, social, cultural) que alimenta a própria imaginação.
Mais precisamente, o imaginário faz a intermediação entre a realidade psíquica profunda da sociedade (aquilo que os historiadores às vezes chamam de mentalidade) e a realidade material externa. Desta, o imaginário leva para a primeira os elementos que na longa duração histórica podem transformá-la; daquela, leva para a segunda as formas possíveis de leitura da sociedade sobre ela mesma. Neste trânsito circular, os instintos, os sentimentos, as sensações, traduzidos culturalmente, adaptam-se à realidade objetiva, e assim formulados são reprocessados pela realidade psíquica. Resultante do entrecruzamento de um ritmo histórico muito lento (mentalidade), com outro bem mais ágil (cultura), o imaginário estabelece pontes entre tempos diferentes. A modalidade do imaginário que foca sua atenção em um passado indefinido para explicar o presente é o que chamamos mito. Aquela que projeta no futuro as experiências históricas do grupo – concretas e idealizadas, passadas e presentes – é ideologia. A terceira modalidade, que parte do presente na tentativa de antecipar ou preparar um futuro, que é recuperação de um passado idealizado, é utopia.
Naturalmente os limites entre essas formas de imaginário são movediços. Tais formas jamais existiriam historicamente em estado puro, e com freqüência cada uma delas acaba por assumir as funções das outras. Diante disso, muitas vezes é preferível utilizar a denominação genérica – imaginário – às particulares (mito, ideologia, utopia), que encobrem recortes conceituais problemáticos. O importante é que toda sociedade é, ao mesmo tempo, produtora e produto de seus imaginários. Logo, a verdadeira história, aquela que considera o homem na sua complexidade e totalidade, encontra-se na articulação entre a realidade vivida externamente e a realidade vivida oniricamente. (...)
(FRANCO JÚNIOR, Hilário. Cocanha. A história de um país imaginário. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 16-17). | |
| | | xlaine moderador
Número de Mensagens : 229 Data de inscrição : 28/02/2008
| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 Sex 12 Dez 2008, 08:01 | |
| GALERA, VOU TENTAR FAZER TODA A PROVA.... Depois a gente conversa. Se quiserem podemos trocar idéias sobre INTERPRETAÇÃO, pois tenho muita dificuldd. Abraços | |
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| Assunto: Re: Analista Legislativo (câmara) - 2007 | |
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| | | | Analista Legislativo (câmara) - 2007 | |
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